Moradores de Rio Verde reclamam da falta de segurança na Casa de Prisão Provisória (CPP) e no presídio do regime semiaberto, que ficam na região central da cidade. Segundo eles, quando há fugas, os presos invadem as casas vizinhas e a sensação de medo é constante. “No meu quintal mesmo, quando eles fogem, passam por lá. É muito perigoso”, afirma a dona de casa Sueli Guimarães.
Já a aposentada Maria Barros destaca a fragilidade das penitenciárias. “Eles [presos] cerram as grades, fazem buracos na parede, e fogem mesmo”, destacou. Por conta disso, segundo ela, a vizinhança foi obrigada a instalar equipamentos de segurança nas casas para tentar se proteger.
A CPP, que tem capacidade para 180 presos, abriga atualmente cerca de 240 detentos. A reportagem solicitou o levantamento do número de fugas ocorridas neste ano para a Secretaria de Administração Penitenciária e Justiça (Sapejus), mas os dados não foram repassados até a publicação desta reportagem.
Sobre a superlotação, a secretaria afirma que existe um projeto para construção de um novo complexo em Rio Verde. O prédio será construído em um terreno doado pela prefeitura, que fica ao lado do Centro de Inserção Social (CSI), onde ficam os presos que já foram julgados e cumprem pena. No entanto, segundo a Sapejus, a obra depende de recursos estaduais e ainda não há um prazo para início dos trabalhos.
Enquanto a situação não é resolvida, o Conselho da Comunidade de Rio Verde decidiu agir por conta própria e providenciou, com ajuda da iniciativa privada, a instalação de 16 câmeras de monitoramento na CPP. “As câmeras vão trazer mais segurança para os agentes penitenciários e para os detentos”, disse o presidente da entidade, José Tavares.
Drogas e celulares
Com a ajuda das câmeras, os agentes passaram a monitorar o presídio 24 horas por dia e tentam impedir a entrada de objetos ilícitos na unidade. Na última vistoria nas celas, realizada no último dia 30 de maio, foram apreendidos cerca de 20 celulares, 35 chips, carregadores, tesouras e facas. Além disso, foram encontradas diversas porções de drogas. Alguns dos itens estavam enterrados nas celas.
Procurado, o diretor regional da Sapejus Regis Pascoal informou que a entrada de celulares e drogas na CPP está sendo investigada. A suspeita é que os materiais tenham sido levados por parentes dos presos. Ele disse também que está apurando se existe facilitação por parte de agentes penitenciários e afirmou que os responsáveis serão punidos.
Ainda de acordo com o diretor, a segurança do presídio será reforçada com bloqueadores de celulares e detectores de metais. No entanto, ainda não existem prazos para tais melhorias.
Fonte: G1 Goiás